20 agosto 2007

O Sonho

Para me amares, terás de olhar para o meu corpo de mulher e reconhecer nele, as rugas da vida. Para me sentires, terás de entrar em mim, olhar-me nos olhos, beijar-me e lentamente observar-me, para ver se meu corpo responde às tuas perguntas.

Para me beijares, terás de ter a certeza se queres os meus labios colados aos teus. Para sentires a minha falta, terás de ter saudades do meu cheiro, das minhas mãos, do aveludado da minha pele e da forma como me entrego.

Para me quereres, terás de dar-me o melhor de ti para que eu, te possa dar a MULHER. E é como MULHER que ela fecha os olhos e o percorre. Não busca nada, simplesmente o sonha.

Fechada entre quatro paredes, imaginou o que lhe faria se estivesses a seu lado. Conseguiu vê-lo e sem querer, as suas mãos percorreram cada fio de seu cabelo como se neles residisse a resposta à pergunta que não ousava fazer.

Sem se conseguir conter, a sua imaginação continuou a fluir pois, a seu lado estava o HOMEM. Nunca ligara a regras. Nestas coisas do amor não existem regras. Por cada vez que a sua língua percorria cada veia saliente, saciou a sua sede. Lentamente foi descendo pois as ramificações daquele tronco, mereciam ser alimentadas e nelas deveria correr uma nova seiva.

Ela sentia o seu corpo vibrar de prazer por cada vez que o beijava ou que os seus dedos, teimosamente tacteavam os seus mamilos ou sua língua suavemente pousava no lóbulo da sua orelha enquanto dizia a palavra proibida. AMO-TE.

O calor emanado, fazia com que a temperatura do quarto lhe lembrasse que era verão. Estendeu a mão e alcançou o copo que repousava na mesinha de cabeceira. De lá, retirou um cubo de gelo que introduziu na boca. Matou assim o calor que sentia mas, antes que ele se derretesse, passou-o no seu ventre, aliviando-lhe o calor e quando este já estava a meio, suavemente percorreu-lhe as virilhas, deixando que o mesmo se derrete-se por entre cada músculo daquelas pernas.

Por cada som emitido por ambos, uma estrela brilhava no céu. Quando a sua mão O agarrou, ouviu-se um ténue, SIMMM ela habilmente contornou S, o I e para que o M fosse perfeito, a sua boca desenhou-o de uma forma tão perfeita e sublime que ele estremeceu. Ainda com os lábios completamente colados no seu ventre, ela sentiu que a mão que acariciava os seus cabelos, a empurrava contra ele.

Sem que ele desse por isso, estendeu a mão de novo ao copo, retirou outra pedra de gelo e esta de novo ganhou vida. Sentiu que suas mãos másculas desesperadamente agarravam o lençol, quando a boca ávida desenhou novamente o M fazendo-o sentir o choque térmico.

Sentiu-se ser puxada de uma forma bruta e sem pruridos gemeu. A cama, já cansada da espera, finalmente iria ser amada. Ele olhou para o seu corpo de mulher e reconheceu nele as rugas da vida.

Entrou sem bater, beijou-a lentamente, observou-a para ver se seu corpo respondia às suas perguntas e olhou-a nos olhos para confirmar a resposta. Sem esperar, confirmou colando-lhe os lábios e matou a saudade do seu cheiro, das suas mãos, do aveludado da sua pele através da sua entrega. Deu-lhe o seu melhor e ela, deu-lhe a MULHER.

Desta vez, não abriu os olhos, não se levantou e ainda inebriada disse: "assim sou como MULHER, até em sonhos respondo ao teu querer..."