02 março 2007

A Busca

O ser humano para mim é algo fantástico e que me encanta. Ele é capaz de cometer as maiores barbaridades da mesma forma que, consegue ter gestos admiráveis.

Tenho fé nele. Tenho fé que compreenda que os gestos admiráveis devem suplantar as barbaridades. Tenho fé que, na sua busca interminável, ele compreenda que esta, muitas vezes, é a razão da sua existência e da sua permanência por estas terras.

Todos nós sem nos apercebemos, buscamos algo. A forma como reagimos a um sorriso, a um esgar, a um gesto, a um abraço, etc, demonstra isso. Poderão dizer-me que não e eu pergunto, se assim não é, porque temos sempre a tendência de dizer, “não gostei dele(a), após termos estado, somente umas horas em sua companhia”? Será que esse “não gostei”, não terá sido pelo facto de que, durante aquelas horas, não ouvimos ou não recebemos, aquela palavra ou aquele sinal que fizesse em nós o “clic”? Isso não é uma busca?

Penso que a busca é algo inconsciente e diferente de ser para ser pois, todos nós buscamos coisas diferentes. Atrevo-me até a dizer que é algo comum, a todos os seres.

A maior delas todas é a felicidade. Esta, reflecte-se no nosso dia a dia, na forma como tentamos ser simpáticos, como apertamos a mão ou damos um abraço, na prudência que temos na escolha das nossas palavras, etc. A maior parte das vezes, estamos sempre a espera de receber na mesma medida e quando isso acontece, encontramos, em parte, o que buscamos e isso faz-nos felizes. Essa busca atinge a sua plenitude quando alguém nos completa mas, não pára, fica somente atenuada.

Muitas vezes as nossas buscas acabam por traduzir-se, em inúmeras viagens ao nosso interior. Viagens estas que quando intensas, traduzem-se num encontro com nosso EU. Chamo a esta “a busca interior”, a que dói, magoa, cura e fortalece. É aqui, que amadurecemos e encontramos novas razões para seguir em frente ou mudar de direcção. Dependendo do quão profunda é a viagem o regresso pode ou não ser demorado. Aqui o que fazemos? Ou fazemos esta busca a sós ou procuramos um parceiro(a) de viagem. Mesmo acompanhados o nosso parceiro(a), nunca fará a viagem por nós. É um mero espectador activo ou passivo. Dele(a), recebemos somente conforto e palavras...

E

Da palavra, nasce a aproximação.
Da frase, o conhecimento.
Da conversa, a amizade.
Do silêncio, a espera, a dúvida, a reserva, o pensamento, etc.
O resto, constrói-se com calma e sabedoria, numa busca permanente.
O ser humano é assim...
Como sempre, eu não sou diferente dos demais.

Em ti, que ultimamente acompanhas as minhas noites não sei o que busco. Em Ti, que durante meses me acompanhaste, busquei, encontrei, viajei e aprendi que as nossas buscas eram diferentes. Basta sermos humanos, para aprendermos que uma busca não é nem dever ser, uma batalha mas sim, uma permanente aprendizagem.

Rest my case.

12 comentários:

João Magalhães disse...

Como sempre um texto lindo e com muito conteúdo.
Adorei como está escrito e o que tem escrito. Lindoooo...

bjinhos

Anónimo disse...

Bem... Azul, paraste por uns tempos e pronto... Infelizmente, o ser humano, aquele em quem tens fé vai ser cada vez mais egoísta. Portanto isso de gestos admiráveis vai ser um ou outro.

A busca... infelizmente temos todos que a fazer. Já viste se nascêssemos todos com tudo programado?. Uiii, era um tédio.

Agora a viagem isso são outros quinholas, aí alto e pára o baile. Essa por cada a vez que a fazemos, a vida toma outro sentido. Acho que percebeste.

Olha gaja linda...Em Ti há mto encontrei o que buscava. Uma lufada de ar fresco na minha vida. É assim sempre que nos vemos.

Bem, fui. Saudades do people.
Tiago

HNunes disse...

Olá Tiago. Claro que concordo ctgo que estamos cada vez mais egocêntricos. Talvez a geração abaixo da nossa inverta esta situação.

Em relação à obs sobre a "busca" só não concordo com o "infelizmente".

Iap tens razão, a "viagem" essa ui ui mas, no final vale sempre a pena. Penso eu.

Jokasss

Anónimo disse...

Olá linda
A busca... Interessante a parte em que dizes que é comum a todos os seres. Realmente até o simples insecto busca algo.

Acho que até morrermos, a nossa busca nunca irá parar mesmo que encontremos quem nos complete. às vezes nessa busca pela felicidade, encontramo-la, não damos conta, perdemo-la e voltamos para a buscar novamente. Mas, só damos conta depois de termos efectuado a tal viagem.
É na viagem que ou tudo se clarifica ou se perde.

Tiago diz que em Ti... deixa-me acrescentar que para além disso enconra-se um brilho raro, que pocus conseguem ver. Seria incrível conseguirmos saber quem irá conseguir "bucar-te". Hum... acho difícil.

Bjos Pedro

HNunes disse...

Olá João. Ainda bem q gostaste mas, fiquei sem saber qual a tua opinião em relação ao conteúdo.
Jokas

HNunes disse...

Olá P.

Em relação ao facto de, só nos apercebermo-nos de que perdemos algo, após isso ter acontecido, penso q é natural. Raramente valorizamos certas coisas pois, damo-las com um dado adquirido. E sim tudo se clarifica, por vezes na "viagem".

Qto ao resto, o Tiago é monga e para ambos o já conhecido Mongoloide D'ouro.Hehehehe. E olha achas bem, é um pouco difícil bus...-me

Nhufas

João Magalhães disse...

A minha opinião relativamente ao conteúdo, simplesmente vejo as coisas exactamente assim e identifico-me com o texto.

gostei particularmente desta parte:

"A maior delas todas é a felicidade. Esta, reflecte-se no nosso dia a dia, na forma como tentamos ser simpáticos, como apertamos a mão ou damos um abraço, na prudência que temos na escolha das nossas palavras, etc. A maior parte das vezes, estamos sempre a espera de receber na mesma medida e quando isso acontece, encontramos, em parte, o que buscamos e isso faz-nos felizes. Essa busca atinge a sua plenitude quando alguém nos completa mas, não pára, fica somente atenuada."

Até pode parar por momentos mais ou menos longos, mas recomeçará novamente quando não nos sentirmos totalmente felizes ou completos!

bjo grande

Anónimo disse...

Ô lálá êêêêêêê.

No carnaval busquei a folia, tentei por lá aliviar o stress.

Busquei toda a loucura dessa data festiva e encontrei em parte o que queria.

Busquei-te e não te vi, não apareceste.

Talvez eu tenha que fazer uma "viagem" até ti. Há muito que não viajo (graças a Deus) e da última vez o meu passageiro foste tu.

Valeu a pena
Bisous
Inês

HNunes disse...

Olá Inês
Que inveja, estava a trabalhar não consegui...Qto à viagem, ser passageiro é bom, é sinal que fazemos sentido na vida de alguém.
Jokas

Unknown disse...

Lena adorei! Fantástico, profundo e revelador!

Apenas um desabafo...A busca da felicidade é um facto, mas será mesmo assim tão premeditado?

Beijocas

HNunes disse...

Olá Pipo
Depois explicas-me o "revelador". quanto à pergunta, eu penso que essa busca não é premeditada. É somente algo que precisamos de encontrar.

Poderás dizer-me que nem todos precisam de fazer essa busca.

Eu respondo que aqueles que não a fazem, é porque a encontraram, nas pequenas coisas mundanas. Ou Pensam ter encontrado. Nesta última, têm 1º que vive-la. Aí, a busca fica "atenuada" como que em descanso depois, podem chegar à conclusão que ainda não foi dessa. Pequenas coisas podem fazer com que cheguem a esta conclusão e estas podem ir desde um sorriso, à simples resposta a uma pergunta, passando por uma brincadeira, pela saudade, etc. O facto de durante essa vivência conseguirmos, sermos nós mesmos, é importante mas não é tudo.

Como diz o Pedro "às vezes nessa busca pela felicidade, encontramo-la, não damos conta, perdemo-la e voltamos para a buscar novamente."

Eu acrescento que quando voltamos à busca, é porque fizemos a viagem, identificamos os pontos fundamentais, preparamo-nos para fazer cedências, para mais uma vez voltar a dar sem a certeza do resultado, aceitarmos que podemos voltar atrás se é lá que reside o que procuramos e lutar.

Espero ter respondido ao teu desabafo.

Nhu... Lindo

Anónimo disse...

Guardo em mim o perfume das palavras, na descrição das sensações intensas, penetrantes e aromáticas dos cheiros do amor.
Guardo em mim o odor das letras, suadas na presença do prazer dos corpos que se tocam.
Simplesmente ... arrepiante.
Paulo